terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pensando em voz alta

Escrever é simplesmente deixar as gotas dos orvalhos congelarem no âmbito da vida.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Explicar?

Não sei explicar, pois só sei sentir

sábado, 27 de dezembro de 2008

Vivências

Dia de mortes

Em meio à minha obscuridade
Bela e triste morte vivi
Como um missil violento

despencara sobre meu crânio
E por uma fração de tempo
perdi os sentidos da visão
e da audição...
Na incerteza do acontecido
me lancei em desespero
Quando avistei aquele corpo
agonizante visão tive
Ao presenciar doloroso óbito
havia quebrado o pescoço
e as marcas de sua dor
ainda permaneciam em mim.
Por pouco não perco
todos os sentidos
minha alma inundou-se
em tristeza e dor
Não tinha mais a mim
e por um momento
agonizei e suspirei por fim...


sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Buceos

Eu vejo luz em seus olhos, em seus olhos negros e profundos vejo luz...
Tomo mais uns goles de vida e fico bêbada!

Saudade

Vovó

Aquele olhar sereno, profundo...
Que brilhava com o reflexo
de suas lágrimas...
Que as pálpebras de pele flácida
lhe cobriam metade dos olhos.
Sentava-me em seu colo...
Dava para sentir seus ossos...
ossos frágeis.
Seus dedos tão delicados, enrugados
trançavam meu cabelo...
E antes de dormir
O que me embalava
era sua voz trêmula, mas confiante.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Encontros...

Uma vez quando tinha lá meus doze anos, meu avô me contou como se apaixonou por minha avó:
Meu avô era telegrafista da estação de trem de Três Lagoas, MS. Estava ele trabalhando em um dia normal, quando viu minha avó descer do trem com outras moças. O que lhe chamou mais a atenção foi o fato de que minha avó não usava batom.Esse foi o momento em que se apaixonou por ela.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sem sono

Ontem assisti um filme muito bom na tv cultura e uma frase me chamou a atenção:
"O que podemos
não podemos
de uma hora
para outra"

sábado, 20 de dezembro de 2008

Caminhos urbanos

Uma vez andava pela rua e avistei uma senhora andante, que conversava consigo, com seus eus e disse em voz alta:
" A gente só faz as coisas uma vez na vida."

Em uma noite no teatro

"Existem dois tipos de pessoas: as que usam guarda-chuva e as que não usam."
frase que escutei na peça "Invenção poética das lembranças".

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Delírio

Respirar

Para respirar o ar
Que está saindo de seu corpo
De sua boca
Fecho meus olhos
E como um aspirador
Na minha incessante angústia
De te ter
Faço faltar-lhe o ar
E sem seu ar não respiro
Nossos corpos por tanto desejarem-se
Sem ar...
Por desejo morrem...

Vitórias?

Por que vencer na vida? Ela não está contra você.Só você pode estar contra você e consequentemente contra a vida.

Vida

O sonho é realidade quando se vive a realidade. Quem ama a vida, não precisa sonha-la.

Sentir

O que é sentir se não olhar?
O que é sentir se não tocar?
O que é sentir se não cheirar?
O que é sentir se não ouvir?
O que é sentir se não degustar?

Eu pergunto então:
O que é sentir tudo isso e não sentir
que está sentindo tudo isso?

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Alegrias

Pequeno quadrinho

Quando olhei aquele pequeno quadrinho
Tão branquinho...
Logo imaginei formas e cores
Formas de meus amores,
Cores de meus terrores
Imaginei pontes e fontes...
Pontes de velhas ferrovias
Fontes de medo
E delas fiz minha obra
Das fraquezas tiro a prosa
Tiro as sombras...
E na clara escuridão que se inicia
Eu rio
Da minha própria miséria.

Desejos

Eu quero morrer viva!
Frio na carne, lava nas entranhas.

Pedidos

Não force o meu espírito, não quebre meu ser...se ainda viver.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Pneuma

Mar

Mar suas águas salgadas
Tão suaves para mim,
Que dão de encontro
Com as rochas
E escorre por dentre as curvas
Das areias profundas
De meu rosto pálido...
Mar que inundou meu âmago
E se revelou na arrebentação
De meu espírito,
Em um prurido de sentimentos

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Aflições

Deixei que me matassem com o punhal mais duro e afiado. O punhal que mata . Eu continuava respirando....respirando...mas já era difícil respirar...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

moinhos

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na tôrre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se tôda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E no desvario seu,
Na tôrre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimaraens(1870-1921)