terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Toalha de mesa

Lá está ela: a toalha sobre a mesa
Guarda em suas fibras tantas histórias...
Tantos encontros...
Tantas distrações...
Em cada pingo de café
Em cada migalha de pão
Em cada farelo de bolo
Em cada mancha seca de sopa...
Testemunha da mão que enfraqueceu
e deixou cair sobre ela o leite da manhã
por causa do beijo inesperado do amante apaixonado
O açucar e a canela dos bolinhos de chuva
O sangue que pingou das mãos que trabalhavam...
Serena e em silêncio recebe as migalhas,
Mas em um minuto de sua vida
pode ver o sol e sentir o vento
pelas mãos que a seguram e a balançam firme...
Se renova com os minutos em que seu corpo voa no ar
Para de novo receber as migalhas do lar

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Doces melodias

Amor, numa caixinha de música
já perdendo a força na corda
com as notas da música distantes umas das outras
Da janela vejo a chuva, também terminando
em pingos mais lentos
as gotas d'água sentadas nas folhas e o céu cinzento
A chuva e a música devagar passam...
E o silêncio me toma
Minha respiração
embaça o vidro da janela
Minha cama tem a sombra
das gotas de chuva pousadas no vidro da janela
pela pouca luz do sol de fim de tarde que entra...
O sono me abraça e entre sombras de pingos d'água repouso...
14/1/2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

A voz das paredes

Entro em um salão amplo. No silêncio posso escutar as paredes com voz grave e baixa me embalando para dentro de minha alma. Cores suaves e vozes amáveis possuem as paredes. Conversar com elas é doce...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Seu Esulpério

Nunca escutei sua voz
Nunca senti seu abraço
Nunca toquei em suas mãos
Nunca senti seu cheiro
Nunca vi seu sorriso de perto
Nunca escutei a risada sua
Mas o que me conforta
é saber que aquela meia de linha
aqueceu sua perna e seu pé no frio
Que de alguma maneira pude estar com você
No calor daquela meia
Existia um cego amor
Agora que você se encantou
Está em uma estradinha talvez...
Numa cerca de madeira
Cheia de primaveras
Onde irá desabrochar
a próxima pequena flor em que você renascerá
E quando exalar seu perfume
Será mais que isso
Será o cheiro do seu amor
Sua alma a bailar pelo ar

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tania

11/11/2009
A alegria simples e infantil
No seu olhar sorridente
Amiga
Cheia de alegria da vida
Amante da boêmia
Alma faminta
Grande mulher
Que esconde a dor
E mostra apenas o seu amor
Coração em flor...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Silêncio

Não há mais nada a ser dito...desligar o liquidificador da alma...olhar as flores caladas, amantes e amá-las perdidamente como em sono de bebê...

Carnaval


sábado, 9 de janeiro de 2010

Papel azul

Papel azul
Laminado ou de celofane
Brilha bonito no fundo negro do palco
Reflete a luz na saia da moça dançante
Papel que embrulha minha bala
Que envolve meu bombom
Que desmancha meu coração
Seu som de chuva quando te amasso
Me lembra um velho pedaço de infância
Meus olhos se encantam com seu humilde esplendor
Papel azul, tu és meu amor

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mundo estranho

Uma festinha de anivesário...
Crianças, bolo e a repressão
Meu pai edifício humano
Com carinho me leva ao peito,
ao último andar e me beija
Em seu casaco verde musgo
pressiono meu rostinho assustada
Vozes altas dos adultos...
Palavras duras de brincadeiras
que não sabia interpretar...
Gargalhadas medonhas
Gotinhas de lágrimas surgem
no casaco de meu pai
E as brincadeiras se voltam para elas
Tento esconde-las, mas já estão espalhadas
pelo casaco me denunciando
Enfim, vou para o chão
Meu pai não riu de mim
E sabia que só queria ir para casa...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

2010 ano de copa!

Ano de copa do mundo é incrível. Os ânimos sobem muito e a emoção toma conta da nação.
Lembro do ano de 1998 quando o Brasil jogava com a França na decisão da copa. Meu irmão e eu colados na pequena tv de imagem branca e preta vibrando, adorando os "bonequinhos" jogando... viva o ano da copa!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Faz parte

Falar em arte para algumas ou muitas pessoas é simplesmente falar sobre algo fútil de natureza caprichosa, exclusiva da burguesia, fria , que a vida é mais prática, não surte efeito, não modifica nada. Contudo, nem sempre o que os olhos podem ver é o que os olhos conseguem ver. O mundo verdadeiro se esconde mesmo ao mostrar-se, pois esse mundo não pode ser visto apenas. Ele é da alma e está onde menos se espera. É por estar tão presente que a arte passa muitas vezes despercebida e invisível. Estamos acostumados a sermos embalados por ela. Ela nos carrega em uma canção suave, pois não é soberba ou vaidosa.
O amor dos pais pelos filhos é verdadeiro e intenso, mas os filhos não se dão conta disso por muito tempo até o dia em que os pais morrem. Outros filhos escolhem reconhecer esse amor e vive-lo mais intensamente e mesmo os que não reconhecem amam seus pais, apenas não se dão conta. Isso, tirando algumas situações mais específicas.
Quando algo está muito presente em nossas vidas pode não nos chamar muita atenção, mas já faz parte do que somos.