sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dizendo eu te amo

As mãozinhas de uma criança acariciando os cabelos da mãe...
Olhando em seus olhos e sorrindo...
Se jogando nos braços dela e se entregando as cócegas...
Debruçando em seus ombros, despreocupada caindo no sono...
A mãe sente o corpinho da criança pesado e mole
totalmente entregue ao seu amor.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Inocência e despreendimento

Como a criança correndo para o abraço dos pais, voando leve em direção ao calor do corpo de quem é todo o seu mundo, os seus olhos, a sua luz, podemos nos abrir para essa inocência.
Desejar isso apenas, nos torna deprimidos.
Mesmo ao relacionar-se amorosamente se for inocente, poderá sentir e ver o outro como irmão, filho, amigo, pois amará tudo que existe, amará ao amor e como uma torrente de água se derramará em amor.
Brincar, é leve como brincar. Tudo se tornará leve.
Nós podemos correr para os braços de quem amamos como uma criança. Sem pensamentos e intenções, curtindo o momento em que corremos e ficamos abraçados ao outro.
Quando olhármos nos olhos das pessoas que amamos e ficármos cegos, permanecendo no vazio das almas silenciadas seremos puros.
Podemos sair dançando dando-nos as mãos, mas com as almas despreendidas, voando como as crianças. O corpo dando carinho e as almas tocando a mesma música, pero sem vontade de pertencer a qualquer insegurança que nos parecer segura.
Como um sorvete que derrete ou um balão que baila nos céus, aceitemos com amor nossa fugacidade e vivamos a felicidade.

domingo, 18 de julho de 2010

Suas costas

Encostar minha bochecha esquerda em suas costas nuas
Sentir sua pele fresca...
Ficar em você
até meu rosto se aquecer...
Doce prazer...

Joelhinho ralado

Lá ia afobada para agarrar o brinquedo
pelo quintal afora
Em um instante pude voar leve ao chão
O corpo após alguns segundos ficou pesado
Tentei levantar, mas meu joelho doía
O sangue devagar surgia escorrendo
Mamãe lavou com sabão dentro do tanque de lavar roupas e ardía
Tentei dobrar o joelho, mas a pele repuxava...
Suspiros no peito
A lágrima meus olhos embaçava
Naquela tarde em que chorava...

sábado, 17 de julho de 2010

Letras tristes

Açaçinaram o S
Perderan o M
Cecueztraran o Q
No alfabeto deixaran çaudadez
E çuaz conpanheiraz letraz triztez
Elaz não queren deixar ke dezapareçan
ôz poemaz, az cançõez, az prozaz e az liçõez doz livroz...
E o cenhor portuguez ainda ke en pedaçoz
canta de alegria ao ver az letrinhaz tentando ajudar,
ficando en ceuz lugarez para dezenhar az palavrinhaz...
Para ainda ke, parecendo extranhaz, poçan fazer
una lágrina ezcorrer dos olhoz ou
çurgir un çorrizo noz lábioz do leitor...

sábado, 10 de julho de 2010

Final de tarde na biblioteca

O sol vai se pondo
Entrando sua luz pelas janelas de vidro
deixando tudo dourado:
as folhas verdes das árvores lá de fora
e os livros nas altas estantes
Tudo fica radiante e iluminado
Como as letras douradas da capa da enciclopédia
Pareço sonhar, pois a luz do sol também ilumina
as partículas de poeira do ar e o que vejo flutua...
A luz do sol nos livros é o amor desta tarde que guardo em mim.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dia de praia

O sol gigante sobre a areia e o mar
A água reflete sua luz como um espelho
e brilha...
Na areia, descalços não se aguenta pousar os pés
Os corpos das pessoas quase nuas, queimam
e brilham de suor
Entrando no mar, sente-se os peixinhos deslizarem
em nossas pernas peladas
Sorrisos, canções, paixões...
Pega-pega pela areia...
Mergulhos
O frescor da água
A alegria das crianças...
Tanta luz
Tanto brilho
Desse sol alegre
que vai descendo no horizonte
deixando o céu cor-de-rosa
Cede lugar a lua discreta, pérola tímida
o mar parece negro aos olhos na escuridão
brilham os olhinhos dos namorados...
Dou a última piscada ao mar e sigo para cidade a caminhar...