Remedinho

Doença? Eu sou a doença para o mundo, mas para mim e quem me ama ainda sou Maria e incomodo, pois no corpo saudável do sistema sou tumor maligno.

Artista?

Não sou artista, só tenho um caso com as cores.
que frase cheia de ego não é mesmo? pobres cores...

Se não gostar, não leia de novo

Cansei do mundo, das pessoas, de tudo que não tem vida. O mundo que se foda com suas convenções.
como está desconfortável aqui fora. Cadê eu?

A rosa e o livro

Numa tarde chuvosa
Uma linda rosa
Encontrou-se com uma prosa
de um velho livro de cabeceira
Presa entre as páginas pesadas
que prensavam todo seu corpo
Ficou perdidamente apaixonada
com os encantos das amareladas páginas
Por tanto amor que a prendeu
Ali mesmo também morreu.

Fim de tarde

A tarde cai e tudo se encolhe
Tudo fica escuro
E o brilho do seu olhar
Que a lua ilumina
é tudo que eu preciso para sonhar.

Penteado do desejo

Quero sentir tuas mãos a me despentear
Fazer de meus cabelos seu brinquedo
Me faça sentir no começo de cada fio
o arrepio que seus dedos causam ao se emaranharem entre eles
E quando terminarmos o penteado
Saberemos que a noite também terminou.
Loucura?
Me deixe parecida com uma louca despenteada
que serei a mais sã das mulheres.

Monocromático

Por que não pode ser uma cor?
O sangue é só vermelho?

Desespero de amor

Cores e mais cores dançam em pares diante de meus olhos. Formas que transformam meu dia em agonia sem fim. Penso em dores misturadas aos sabores dos tons, das festas de óleos em meu quarto seco. Cada forma, cada cor é um novo amor.
Da saudade faço lembranças pálidas e nervosas.

Amigo Rogério

Você é como uma luz
Em minha vida música eterna .

Dia rosa

Rosas muito claras
Tão rosinhas
Quanto suas maçãs do rosto
O céu tão claro
Quanto meu olhar
Cheio de lágrimas
Que lavam meus olhos
Será um dia bonito?
Não
É apenas uma manhã
Na colina de um cemitério.

O que me irrita muito

Tenho muita gana de pegar meu pescoço e sacodir até eu criar juízo. Mas percebo que minhas mãos fazem parte de meu julgamento, então deixo meu pescoço em paz.

Estou falando de sensibilidade

A arte não pertence ao artista. Ela pertence aos corações que roubam uma parte da alma que se encontra na obra. O artista é apenas mediador de seus próprios sentimentos ou um louco que sente demasiado.

Pintar

Pintar é meu prazer dolorido.

...

Deve-se mentir para a mentira e dizer a verdade para a verdade. Entenda como quiser.

O quarto

Sob essa luz amarelada escura seu corpo fica iluminado, sombreado, pleno e curioso. Nesse quarto escuro com esse tom de cinza exitante na cortina simples, meu corpo todo enfraquece com sua vibração que tem ganas devoradoras. Teu olhar sereno, tua pele macia nesse lugar escondido, suave e tranquilo longe da luz da curiosidade e perto do prazer da obscuridade. Me deixe sem ar, por alguns segundos eternos nesse lugar. Só desejo andar com meus dedos por toda sua pele e adormecer calmamente sob a meia luz da minha felicidade.

Meu amiguinho, meu docinho

Amiguinho espero que veja o horizonte próximo
Que ele seja a luz da lua a te iluminar pela rua
Amiguinho não te vás
Pois assim jaz meu coração
Em tristeza penso eu
Sem teu carinho
Teu sorriso
Teu espírito puro
Estou triste
Com um nó na garganta
Amiguinho do meu coração
Nunca esqueça de mim
Da nossa fininha canção

O segredo que abranda o sofrimento

A vida é tão simples, tão suave. Se sentimos peso é porque não estamos vivendo. Aquele homem com as costas em carne viva carregando o peso do peso de quem não sabe viver chora, mas esse mesmo homem possui algo que nenhuma ambição comporta: o amor e o desejo profundo de estar nas profundesas desse mar.

Para dançar

Desejo de menina

Fico como uma pombinha com sono, e deliro em teus cabelos esparramados em lençóis de algodão amarelados. Teu cheiro de pele oleosa e ervas secas jogam-me a sua mercê. Muitas noites não preciso passar ao teu lado, pois apenas este momento me basta por toda a vida. Ver seu corpo todo preguiçoso sobre a cama e teus lábios a me sorrir discretamante, me exita a alma de uma forma singular. Seu nome é amar.

As ruas da Pompéia

Nas ruas da Pompéia comecei a viver e ver o sol quentinho das doces manhãs de primavera. As árvores cheias de flores e as folhas verdinhas. Por entre as copas avantajadas e densas, finos raios de luz solar adentravam no meu coração refletidas nos velhos paralelepípedos. Aquelas manhãs em que tudo era lindo de se ver, a música tocava dentro de nossas almas intensamente a melodia da infância. A vontade de olhar o sol e o chão que pareciam conversar longamente e o brilho deles enchia de vida nossos espíritos, ainda acordando do sono gostoso da noite que passamos na casa da vovó Lili e do vovô Clovis. Foi numa dessas encantadoras ruas, que meu vovô me ensinou a ler: a ler uma placa de trânsito de PARE. Quanta saudade e boas lembranças guardo dessas ruas em que passei minha primeira infância...

O céu hoje

O céu neste momento tem uma grande fita amarela dançando no azul infinito, que tece um véu suave e encantador. As nuvens brilham muito. Como é belo este final de tarde em que o céu faz parte do meu viver.

Comida?

Temos que ser o recheio mais suculento da vida de quem amamos. Que nos devorem pelo que somos de mais gostoso.

Kandinsky

Origami