quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Le Corvos

Os corvos vivem mentindo para sua própria existência. Entre eles o mundo é negro de alegrias falsas e plásticas com cheiro de estrume. Fazem tudo para serem infelizes e não sabem. Seguem passos velhos fincados em solos de cimento cinza e banhados de lágrimas. Seus ninhos fedem, sua comunidade me causa vomitos noturnos. Tudo é negro. Suas celebrações são gritos de desespero. Por baixo de cada pena morta há uma pena viva, mas eles nunca lhes dão asas...preferem voar baixo e ciscar as migalhas do chão.

Smile

Estou na completa solidão. Cada vez mais me sinto só. Agradeço aos meus amigos que se aproximam da minha alma. Sei que essa solidão estará comigo a vida toda, pois já não pertenço a este mundo. Acho que estou no universo brincando entre as estrelas e pegando carona na cauda dos cometas, dando piruetas no ar. As vezes me é pesado estar tão só e me veêm as lágrimas, mas me lembro de Michael Jackson e Charles Chaplin. Eles diziam: Smile...apenas sorrir... e posso parar de soluçar e dormir aconchegada.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Despedida

No mar deito minha cabeça
deixo a água encobrir meus ouvidos e adentrá-los
Meus olhos veem o céu cor-de-rosa e azul imenso...
A água que entope meus ouvidos me faz silenciar
como jamais faria...
Vendo alí deitada a imensidão da vida
Pássaros voando alto...
As nuvens calmas no final do dia...
Alegria contida num pequeno sorriso
O corpo leve se movimentando suavemente
E o choro feliz em mim correndo ardente.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mundo de plástico - O mago das trevas

O que você acredita é uma mentira. O que sua mente acredita é mentira. Mentiram para você. Tudo em seu mundo é de plástico. Veja: as flores são de plástico, o amor, os amigos, sua casa, sua vida...tudo é de plástico. Tudo em que você acreditou até hoje é falso. Deste ouvidos as vozes comuns e não a voz que grita no deserto. Entre e descubra o perfume das flores de verdade.Você hoje é de plástico. Não se faça de bobo, mas enfrente o mundo de plástico antes que ele plastifique também seu coração. Há uma saída. O preço é viver nas trevas, mas você não tem medo de escuro não é ?

Desireless - Voyage Voyage

A-ha - Take On Me (Official Music video)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Amy Winehouse - Tears Dry On Their Own

Sozinha

Lembrar é aumentar a saudade
Por isso prefiro no meio da noite fechar os olhos e escutar o disco rodar
no escuro da sala de estar
Só a melodia da música no ar
um gosto de vinho ao paladar
No escuro me deixe estar...
A solidão não causa abalos
Branda, chega e faz morada em meu coração
Quieta permaneço
Sem pensar, sem agir
sem uma palavra proferir
Me sento a música ouvir
Faço dedos de quem pega um cigarro imaginário
A canção segue a badalar
No escuro me deixe ficar...

Erik Satie "Trois Gymnopédies"

Amy Winehouse


Será em algum lugar por aí alguém capaz de ver sua beleza, entender sua dor...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

musica romantica japones

MUSICA AMBIENTAL mis respetos y agradecimiento

Historinha

A mãe e o filho na loja de doces:
- Mamãe compra um pirulito para mim?
- Tem muitos sabores e tamanhos. Qual você quer?
O menino pensa alguns instantes olhando os doces deslumbrado...
- Quero aquele com embrulho azul, aquele pequenino.
- Espere um pouco vou fazer umas contas.
Algum tempo se passa e a mãe do menino pede ao doceiro um doce de banana caseiro sem açucar e entrega ao menino.
- Mas mamãe, quero o pirulito de embrulho azul...
- Filho, mamãe só está pensando na sua saúde não é saudável chupar aquele pirulito.
- Então por que me deste a liberdade de escolher se você já decidiu o meu destino?
"Quando um adulto olha algo já tem vontade de dizer o que aquilo é. Quando uma criança olha algo já tem vontade de perguntar: o que é?."

No - Name
Já estou ficando acostumada com as pessoas falando comigo como se eu não existisse. É comum no mundo delas.

Para quê dizer?

Sabemos falar bastante. Blá, blá, blá. Não há nada de errado em falar. Admiro a eloqüencia, mas nos falta algo...algo de vida nas palavras, algo de íntimo, algo de verdade...mesmo estas palavras vão voar com o vento...talvez pousem em algum lugar distante ou voem para sempre...são livres, andarilhas...Viva a vida louca!

New Teacher 1080 HD

Existo ou não existo?

O tudo abrange o eu. Não há como se sentir marginalizado quando sabendo se sente parte do tudo. Não se é maior ou menor. Apenas se faz parte. Você é o tudo e o tudo é você. Não há como se sentir alheio, maior...fui gerada no tudo e morrerei no tudo, mas um não anula o outro, por isso lutarei por mim e que o tudo dance comigo e a minha volta...

Se as pessoas não me veem não quer dizer que eu não esteja lá...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Hildegard Rosenthal - Fotógrafa


"Não faz diferença se cursei faculdade ou não. Para eles sou mais uma cabeça de alfinete."

Maria de Lourdes

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Não sei...

Não sei. O que fazer ao levantar? O que dizer ou perguntar? Quando falo traduzo tudo errado. Não sei o que me importa. Tudo é tão breve...se desmancha como neve diante de meus olhos...tudo...Para onde correr? Nem ao menos quero sair do lugar. Onde está a direção? Sigo no escuro tateando o que ainda acho verdadeiro...tudo é um sonho...as noites de natal...as luzes de natal...será que vejo o que é ou o que desejo? Lembro-me do sorriso de meus avós e do sol iluminado seus cabelinhos brancos pela manhã. Sinto falta deles é verdade...me surge um sorriso quando lembro do pentinho de plástico que minha avó ajeitava em seus finos cabelos...Sou tantas que não faz diferença a razão ou o sentimento. Qual é mais importante? Os dois apenas existem...existem em mim, em nós. Qual o motivo? Qual o começo e o fim? Certo, errado nem sei mais o que é isso...se é inventado melhor...deixe meu sorriso e minha imaturidade aflorarem...pois um sorriso amargurado fere os lábios e o coração ainda mais. Não sei como devo viver, já estou vivendo. O que sei? Não sei como amar, já estou amando...deixe-me rodopiar sem rumo pela vida, ela acabará mesmo em morte...tanto faz...Não quero me esquecer da beleza...Não aguento mais...suplico a mim: me liberte! Céus! Não é muito inteligente gostar de folhas e pele das pessoas, mas a inteligência não me trouxe metade do que significa para mim o teu abraço. O abraço não me trouxe esperteza que a razão dá para se esquivar do sofrimento do exagero sentimental. Mas o silêncio...esse me trouxe a paz...Não sei se existe algo que importe e não me importo em descobrir. Quero viver simplesmente. Não sei o que fazer. Faço, pois tenho de viver. Estou em caos. Mas me apaziguo nele. Não sei me expressar...me conhecer? talvez não tanto...isso já não é um desejo. A vida se tornou meu desejo. Tenho dívidas comigo...dívidas de amizade para comigo. Não quero mais deixar o tempo sozinho, talvez depois de amigos possa pedir para ele parar só um pouquinho até tomar mais fôlego...Ah! doce ilusão...o tempo não é amigo nem inimigo de ninguém. É um mistério que corroe os ossos...Sou uma criança que acabou de aprender os primeiros passos todos os dias.

domingo, 12 de dezembro de 2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

Coser a tremer (versão colorida)

No sobe e desce da linha no paletó a se enfiar
Costura cotovelos rasgados...
Como em uma gangorra brinca
Dá frio na barriga
Linhas coloridas balançam o linho
O senhor paletó emburrado
ganha sorrisos e nariz de palhaço
Essa linha sapeca só sabe tremer
obedece a mão da vovó que já não a obedece...
Brinca esbanjado sobre a seriedade do velho paletó
Colorindo o mundo uniforme se desmancha nele
O carretel fica pelado e o cometa agulha sem cauda,
mas vovó conseguiu colocar alegria em uma cara amassada...

Coser a tremer

As mãos trêmulas cosem com linha azul um guardanapo branco
Nas linhas tortas o caminho osciloso vaga
Caminhando, caminhando as mãos fracas seguem seu trecho de pano
seguem seu trecho de um mundo poroso e pequeno
No sobe e desce da linha pregada nos buraquinhos em fila
Ondas de um mar azul céu surgem sem querer...
Pensando reto a cabeça e as mãos fazendo ondas
Elas não dão ouvidos a cabeça. Ela nunca faria um mar como este.

Alfazema


Desse jeito você vai ficar louca. Cadê você? Entenda as pessoas querida. A natureza delas é esta e elas estão com boas intenções chamando você, mas delicadamente diga não.
A doçura da tua vida é só tua...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Todo o tempo, o tempo todo.
A dança não para e quem quiser dançar
vai ter que suar
Aprender a desaprender é tortuoso,
mas vale a vida.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Como fome

Por vezes precisamos ser como ervas-daninha. Nos cortam, machucam, mas não conseguem nos cortar pela raíz, pois está forte e então nascemos novamente.
Como fome há algo pertinente que não me deixa em paz. Diz: viva! pule! dance!...nessa hora não procuro alimento para saciar a fome, me alimento da própria fome. Como a fome.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

A vida é muito vasta para ser pequena. Nossa ânsia a faz parecer-nos curta, mas acredito que ela dure o suficiente. O suficiente é tudo o que temos. A incerteza está presente e é inevitável, pois nada sabemos. O que é morte? O que é vida? A simplicidade está diante de nossos olhos e só o coração pode ve-la.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Quero fazer amor

Quero sentir meu corpo sendo explorado
Meu pudor sendo violado
Quero explorar também
Conversar com outro corpo
Mas sabendo escutá-lo...
Sentir um pênis arrebentando minha
vagina e dançando em meu útero
Quero minha boca cheia dele
Meu corpo guiando meu agir
Quero fazer amor
com você e você
Não é crime nenhum desejar
eu também desejo
Beije meus seios, enfia seu corpo no meu,
me contemple gozando...
Seja feliz...vamos apenas brincar ao por de mais um dia.


Helena Cristina

Poucas palavras

As palavras vão diminuindo, o espírito se aquieta e se conforta por si mesmo se bastando. Abandonando o medo se pode mergulhar em si sem preocupar em afogar-se. Nenhuma palavra é necessária, apenas amor é suficiente para os lábios.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


As velhas partituras

Sobre o piano repousam as velhas partituras
que a pianista fita com olhos atentos
Rabiscadas de anotações a lápis, têm amarelas folhas
Partituras muito investigadas em noites em claro de estudo
As notas alí escritas voam do papel para os dedos
e dos dedos para o ar...
iluminando de som a casa inteira
Dessas velhas partituras saem melodias que estão
no presente balançando agora meu coração.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dançarinos do perdão

No salão alguém dança descalço, livre
A música embala o movimento atento
Sem pensar dança sem parar
Tudo que lhe pesava nos ombros
a dança leva embora
No meio de tantas outras pessoas também dançando
De olhos fechados e coração aberto, só existe a vida
Ninguém se sente miserável ao dançar com gosto
E a dança pode não mais ter fim
Os dançarinos per
doam-se todos os seus pecados,
pois a dança é o importante ao dançar.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

No inferno


Chamas devorem meu corpo!

Cremem o que está morto

Façam minha alma inflamar

e crepitar vida...

Fogo me consuma e me transforme em cinzas

Que o vento me leve dividida em mil pelo céu...

Quero como a Fênix renascer...
Renascer para voar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Um olhar...

Vastidão: O casulo se quebra, a semente se quebra, o ovo se quebra, a terra racha em terremotos. Há alguma força nisso. Expandir. O desabafo de um vulcão. Observar...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Um de meus demônios"

Tenho encravado em mim a moral que me foi ensinada. Estou talvez escrevendo uma confissão, mas sei que a culpa por assim proceder por tantos anos é devido a educação, opressão e agora o medo que me atinge. Por esse motivo vivo fugindo até de meus desejos, me reafirmando. Não tenho culpa pelo que recebi no passado, mas tenho o dever de fazer algo com o que fizeram a minha criança se tornar. O dever de ser feliz.
Por vezes, meu amor se torna a fuga mais doce de minha realidade. Olhares de todos os lados, dos amantes da moral a qual tabém me submeto. Hoje ao terminar de ler o livro Casa de Bonecas de Henrik Ibsen e de uma conversa com um querido amigo, me senti Nora a personagem que vivia iludida como em uma linda casa de bonecas, mas também cheia de teias de aranha. Ela teve a coragem de morrer para o velho e caminhar para o novo abandonando sua "Casa de Bonecas".
A atmosfera que me envolve e envolve a todos nós é de moralidades, mas a vida, o néctar para quebrar essas correntes fundamentadas em meu inconsciente estão em mim mesma.
Vivo ainda trancada em alguma casa de bonecas por aí dentro de mim...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Entardecer

O último beijo do sol no céu infinito
despedindo-se lentamente
mudando a cor do dia
uma dança de luz e escuridão
que nessa hora compartilham o mesmo céu
a intensidade do seu brilho vai se apagando
Por vezes a lua lhe faz uma surpresa aparecendo tímida
no dia ainda claro...
É desenhado então
onde o dia termina e a noite começa,
é no céu a eternidade...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Te amo

Como as mãozinhas de uma criança dando-lhe adeus, te amo
Como um desenho infantil numa folha de papel colorido
O mundo, o sol e as estrelas são nossa casa
Como um sopro de vento e nele uma pena a voar
O cheiro de mãe
Café fresquinho pela manhã
Como um pijama velho e quentinho
O perfume da alfazema
O balanço solitário da praça
A fogueira a crepitar na noite fria
Como um beijo na testa
Como o brilho de um vestido de festa
Como a fruta vistosa na banca da feira
Simplesmente amo você...

domingo, 31 de outubro de 2010

Na escuridão...

Peixe escorpião






Polvo Pelágico
Zooplancton

sábado, 30 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dance amor, dance

Quero ver meu amor dançando,
voando solto, sentindo o frescor dos ventos da primavera
Não quero suas mãos para mim, mas em mim
deslizando suaves na pele e indo embora levando consigo seu calor...
Quero ver meu amor sorrindo, cantando
sendo feliz...
Se ficar parado sem fazer nada também vou te amar
em sua tranquilidade
Imagino que a brisa da manhã que refresca meu rosto, carrega
sua alma que me beija
Amar você é como amar um pássaro que voa longe
e vai sumindo no horizonte...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O gosto da morte

Tudo fica escuro,
estou andando em tropeços,
esbarrando em móveis
não sei quem sou
Posso ser minha ilusão
minha doce ilusão de mim
Estou morrendo
Tudo aqui parece negro
sem vida, sem cor, sem brilho...
O sol nas folhas antes alegre,
agora é triste aos meus olhos
Minha alma se encolhe e sufoca
Algo quer sair e voar
meu peito é pequeno para suportar
Minha voz é muda e todos os ouvidos se tornaram surdos
Grito! Grito ao infinito...
acho que é uma tentativa de permanecer viva
e beber do velho que ainda resta em mim...
Não sou nada e ninguém, porque me tornei tudo e todos...
Estou perdida em mim, fazendo bobagens pelos cantos,
proferindo palavras que voltam ao meu peito como facas
Louca não temo mais estar, pois algo maior que a loucura mora em mim
Hoje estou morta.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O vôo da águia

Segredos serão revelados
A pena que paira sobre o vento
será seu coração
A neve sobre as folhagens
e por todo o céu imenso
te cegará em ofuscante branco
Seguirá galopando pelo mundo
Correndo o máximo que seu corpo suportar
As estrelas descerão do céu para dançar contigo
Teu espírito subirá tão alto que
não saberás mais o que é terra e céu
Não serás. A vida será
Diluído serás o universo...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amar, brincar, dançar...

Me falam que o amor é sofrido, exigente, uma obrigação. Mas meu coração não entende quando escuta que precisa amar. Me sinto como a pipa no ar: o vento amor a leva brincando e ela toda entregue segue subindo... não consigo exigir nada, o sofrimento me refresca o rosto nas lágrimas que secam com o vento e a única obrigação é juntar os brinquedos, o chinelo e entrar em casa quando escurecer.

sábado, 25 de setembro de 2010

Amigas borboletas

Flutua borboleta
no ar para cima e para baixo
passeia pelo jardim
volta e pousa na ponta do meu nariz
depois voa além do horizonte
Olha! se esconde de meus olhos,
mas deixa comigo as asas leves...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010

sábado, 4 de setembro de 2010


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estou aqui no mundo

Meu corpo, minha mente e alma
estão aqui no mundo
Caminhando pelas ruas
Dormindo...
tomando banho...
Estou entrando nele a todo momento
e ele entrando em mim
Quando passo a mão por meu corpo
sinto prazer
Fico acanhada, alegre
ou sinto cócegas
Quando a brisa vem brincar em minha pele
Quando a chuva molha meu cabelo
Quando as flores me olham e exalam seu perfume
Quando a terra umedece meus pés cansados
A vida no oxigênio entra no meu corpo
ela me toma no ar que de mim se vai
O mar é o brincalhão: quanto mais tenho medo de ir fundo
ele me puxa com tudo para brincar em seus mistérios...

sábado, 28 de agosto de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Manhã quentinha

A pipa brinca no céu
O menino descalço corre pela rua,
segurando a linha
A moça carrega nas mãos algumas flores pequeninas
andando devagar, sonhando...
O bebê acomodado em um carrinho
levanta as mãozinhas para cima
sua mãe lhe oferece um pouco do sorvete na casquinha
que lambuza sua boquinha...
As crianças correm pela praça alegres
Uma tropeça, vai ao chão e chora soluçando...
O sol quentinho pousa em meu rosto que está
de olhos fechados...
A brisa cumprimenta ligeira minha pele...
Algodões doces pelo ar, balões balançando
presos em fitas que mãos de crianças seguram...
A manhã passa lenta e cheia de sol...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Fragmento: conversa de corpos

Meu peito ofegante no teu
Um desejo tântrico arde em minha pele
e em minha pube...
me perco em delírios
em desvios
devaneio quando teu corpo entra no meu
Fingindo que quer sair, entra mais fundo...
Nossas virilhas coladas, aquecidas...
Sua língua navega em minhas ondas
meus seios em tua boca...
Sua voz quase sumindo geme...
Você se derrete em mim
me derreto em ti
Misturando fluídos e suores...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Os ventos de agosto

Nos teus olhos molhados bate o vento fresco de agosto
E seu rosto como em flor abre um sorriso
Tudo parece voar com a brisa violenta
Cabelos despenteando-se
árvores inclinando-se
as roupas do varal no ar dançando...
no chão as folhas vão rolando pela cidade...
Vento que tudo invade
entra em meu coração e carrega minha tempestade...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Obrigada

Obrigada pelos sorrisos
Pelos suspiros
Pelas lágrimas
Arrepios
Pelos apertos na garganta
Pela emoção que transparece em seus olhares
Pela vontade de chorar
os risos...
Pela alegria
Tiro fotografia de suas reações
e coloco no álbum do tempo
que voa com o vento
Me faz feliz ver seus semblantes
Nos tornamos o sol...
Minha vida se torna mais preciosa
com os tesouros que me presenteiam
vossos espíritos...
Isso me faz viver
Inunda meu dia de sol
O brilho de seus olhos
enche meu coração de alegria...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dizendo eu te amo

As mãozinhas de uma criança acariciando os cabelos da mãe...
Olhando em seus olhos e sorrindo...
Se jogando nos braços dela e se entregando as cócegas...
Debruçando em seus ombros, despreocupada caindo no sono...
A mãe sente o corpinho da criança pesado e mole
totalmente entregue ao seu amor.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Inocência e despreendimento

Como a criança correndo para o abraço dos pais, voando leve em direção ao calor do corpo de quem é todo o seu mundo, os seus olhos, a sua luz, podemos nos abrir para essa inocência.
Desejar isso apenas, nos torna deprimidos.
Mesmo ao relacionar-se amorosamente se for inocente, poderá sentir e ver o outro como irmão, filho, amigo, pois amará tudo que existe, amará ao amor e como uma torrente de água se derramará em amor.
Brincar, é leve como brincar. Tudo se tornará leve.
Nós podemos correr para os braços de quem amamos como uma criança. Sem pensamentos e intenções, curtindo o momento em que corremos e ficamos abraçados ao outro.
Quando olhármos nos olhos das pessoas que amamos e ficármos cegos, permanecendo no vazio das almas silenciadas seremos puros.
Podemos sair dançando dando-nos as mãos, mas com as almas despreendidas, voando como as crianças. O corpo dando carinho e as almas tocando a mesma música, pero sem vontade de pertencer a qualquer insegurança que nos parecer segura.
Como um sorvete que derrete ou um balão que baila nos céus, aceitemos com amor nossa fugacidade e vivamos a felicidade.

domingo, 18 de julho de 2010

Suas costas

Encostar minha bochecha esquerda em suas costas nuas
Sentir sua pele fresca...
Ficar em você
até meu rosto se aquecer...
Doce prazer...

Joelhinho ralado

Lá ia afobada para agarrar o brinquedo
pelo quintal afora
Em um instante pude voar leve ao chão
O corpo após alguns segundos ficou pesado
Tentei levantar, mas meu joelho doía
O sangue devagar surgia escorrendo
Mamãe lavou com sabão dentro do tanque de lavar roupas e ardía
Tentei dobrar o joelho, mas a pele repuxava...
Suspiros no peito
A lágrima meus olhos embaçava
Naquela tarde em que chorava...

sábado, 17 de julho de 2010

Letras tristes

Açaçinaram o S
Perderan o M
Cecueztraran o Q
No alfabeto deixaran çaudadez
E çuaz conpanheiraz letraz triztez
Elaz não queren deixar ke dezapareçan
ôz poemaz, az cançõez, az prozaz e az liçõez doz livroz...
E o cenhor portuguez ainda ke en pedaçoz
canta de alegria ao ver az letrinhaz tentando ajudar,
ficando en ceuz lugarez para dezenhar az palavrinhaz...
Para ainda ke, parecendo extranhaz, poçan fazer
una lágrina ezcorrer dos olhoz ou
çurgir un çorrizo noz lábioz do leitor...

sábado, 10 de julho de 2010

Final de tarde na biblioteca

O sol vai se pondo
Entrando sua luz pelas janelas de vidro
deixando tudo dourado:
as folhas verdes das árvores lá de fora
e os livros nas altas estantes
Tudo fica radiante e iluminado
Como as letras douradas da capa da enciclopédia
Pareço sonhar, pois a luz do sol também ilumina
as partículas de poeira do ar e o que vejo flutua...
A luz do sol nos livros é o amor desta tarde que guardo em mim.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dia de praia

O sol gigante sobre a areia e o mar
A água reflete sua luz como um espelho
e brilha...
Na areia, descalços não se aguenta pousar os pés
Os corpos das pessoas quase nuas, queimam
e brilham de suor
Entrando no mar, sente-se os peixinhos deslizarem
em nossas pernas peladas
Sorrisos, canções, paixões...
Pega-pega pela areia...
Mergulhos
O frescor da água
A alegria das crianças...
Tanta luz
Tanto brilho
Desse sol alegre
que vai descendo no horizonte
deixando o céu cor-de-rosa
Cede lugar a lua discreta, pérola tímida
o mar parece negro aos olhos na escuridão
brilham os olhinhos dos namorados...
Dou a última piscada ao mar e sigo para cidade a caminhar...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que seria de mim?

O que seria de mim sem mamãe
Sem os enfermeiros
Médicos
Sem o jardineiro que cuida da vida dos jardins
para que eu me encante com as flores
Sem o padeiro
O sapateiro
Sem as cores
O agricultor
O lavrador
Os garis
Os operários
Sem os capitães dos navios
Sem as camareiras
Os homens que trabalham nas caldeiras
Os desempregados cheios de anseios
Sem as serventes
Os músicos
A florista
Sem as prostitutas que sofrem com homens brutos
e sem suas lágrimas para me ensinar a viver...
O jornaleiro
O feirante
O dentista
O carpinteiro
Sem as auxiliares de enfermagem
Os escritores
Sem os que fazem bonecas
O doceiro
O pipoqueiro
Os pedreiros
Os construtores
A balconista
As mocinhas suspirantes
As crianças
Os jovens
Os idosos
Os amigos
Sem os técnicos ortopédicos
que me ajudaram voltar a andar
O sorveteiro
Sem os mestres
As costureiras
As rendeiras
A roda-gigante
O garçon
Os pintores
Sem a professora de ginástica
As fisioterapeutas
Sem vovô
Sem papai
Sem o amor...
O palhaço
Sem a dor...
A equilibrista
Sem o brilho dos olhos
Sem as pessoas e suas histórias
o que seria da minha história?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Por um momento olhou em suas mãos vazias, abertas, as palmas viradas para cima e sentiu o vento que tocava sua pele, lento. Naquele instante seus pesamentos não existiam, só o que conseguia era enxergar, sentir e ouvir o ambiente. Grande silêncio em seu espírito chegou. Diante desse vazio que de alguma maneira era recheado de paz, colocou-se a disposição do desconhecido recém-chegado. Não julgou, não pensou, não se moveu.
Acolhendo o momento ficou observando o tempo parar.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Será?

Talvez as aves do céu não sejam as únicas que podem voar
Talvez a lua não seja a única a seu brilho espalhar
Talvez o sol não seja o único a nos esquentar
Talvez as flores queiram cantar
Talvez possamos viver a bailar
Talvez o talvez não exista
Talvez a vida seja apenas olhar...
Talvez a morte seja mesmo o fim da linha
Talvez o real seja ilusão
Mas dentro do meu coração
tem uma canção que não para de tocar
Talvez não importe saber...
Quem sabe viver?
Talvez somos mais do que sonhamos
ou talvez paramos de sonhar...
Talvez um dia deixemos com verdade
uma lágrima de nossos olhos escorregar
ou permitir que nosso coração se alegre
quando o sino da igreja soar...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Doce sol da minha vida

Queria tardes inteiras de abraços e beijos
Queria sentir teu abraço eternamente
Queria colar seu sorriso fresco e sonado em minha alma
para quando uma lágrima escorrer de meus olhos
meu coração esteja cheio do seu amor...
Queria que a água da chuva não parasse de chover
Queria que as crianças não parassem de correr...
Queria contigo sol toda manhã amanhecer...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Leitura do Primeiro Livro dos Reis

Naquele tempo, Nabot de Jezrael possuía uma vinha em Jezrael, ao lado do palácio de Acab, rei de Samaria. Acab falou a Nabot: "Cede-me a tua vinha, para que eu a transforme numa horta, pois está perto da minha casa. Em troca eu te darei uma vinha melhor, ou, se preferires, pagarei em dinheiro o seu valor".
Mas Nabot respondeu a Acab: "O Senhor me livre de te ceder a herança de meus pais". Acab voltou para casa aborrecido e irritado por causa desta resposta que lhe deu Nabot de Jezrael: "Não te cederei a herança de meus pais". Deitou-se na cama, com o rosto voltado para a parede, e não quis comer nada.
Sua mulher Jezabel aproximou-se dele e disse-lhe: Por que estás triste e não queres comer?
Ele respondeu: "Porque eu conversei com Nabot de Jezrael e lhe fiz a proposta de me ceder a sua vinha pelo seu preço em dinheiro, ou, se preferisse, eu lhe daria em troca outra vinha. Mas ele respondeu que não me cede a vinha".
Então sua mulher Jezabel disse-lhe: "Bela figura de rei de Israel estás fazendo! Levanta-te, toma alimento e fica de bom humor, pois eu te darei a vinha de Nabot de Jezrael".
Ela escreveu então cartas em nome de Acab, selou-as com o selo real, e enviou-as aos anciãos e nobres da cidade de Nabot. Nas cartas estava escrito o seguinte: "Proclamai um jejum e fazei Nabot sentar-se entre os primeiros do povo, e subornai dois homens perversos contra ele, que dêem este testemunho: 'Tu amaldiçoaste a Deus e ao rei!' Levai-o depois para fora e apedrejai-o até que morra".
Os homens da cidade, anciãos e nobres concidadãos de Nabot, fizeram conforme a ordem recebida de Jezabel, como estava escrito nas cartas que lhes tinha enviado. Proclamaram um jejum e fizeram Nabot sentar-se entre os primeiros do povo. Chegaram os dois homens perversos, sentaram-se diante dele e testemunharam contra Nabot diante de toda a assembléia, dizendo: "Nabot amaldiçoou a Deus e ao rei". Em virtude disto, levaram-no para fora da cidade e mataram-no a pedradas.
Depois mandaram a notícia a Jezabel: "Nabot foi apedrejado e morto". Ao saber que Nabot tinha sido apedrejado e estava morto, Jezabel disse a Acab: "Levanta-te e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael não te quis ceder por seu preço em dinheiro: pois Nabot já não vive; está morto". Quando Acab soube que Nabot estava morto, levantou-se para descer até a vinha de Nabot de Jezrael e dela tomar posse.

domingo, 13 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Segredo da mamãe

Mamãe me apresentou a água de cogumelo e eu fiquei hesitante em beber. Agora todos os dias pela manhã ela me acorda trazendo um copo nas mãos, pede para eu tomar água e diz que esta vai curar meus rins. Na inocência de minha mãe ela acredita que estando eu sonada, não percebo o gosto diferente que possui o cogumelo.
É bonito e singelo ouvir minha mãe mentindo por amor e carinho. Vejo em seu rosto um sorriso de alívio e de quem esconde um segredo travesso. Ela me engana para me dar remédio e só posso fingir que continuo a beber água pura.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Madonna

"Eu definitivamente realizava minhas fantasias brincando com minhas Barbies. Eu as vestia com sarongues, mini saias, essas coisas. Elas eram sexy e transavam o tempo todo. Eu esfregava muito elas no Ken. Elas eram umas vadias, cara. A Barbie era malvada".

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Rosto suado

O suor escorrendo por seu rosto
Molhando seus lábios
Que vêm procurando os meus
Posso ir sentindo seu gosto de sal
Seu suor em minha boca
Você está derretendo...
Devagar as gotas vão escorrendo
Deslizam por meu pescoço
entram em minha blusa
O suor viaja até o chão
Onde seca evaporando-se rapidamente.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pedido

Fale devagar meu bem
Veja minhas lágrimas escorrendo
Me abraçe devagar
E me deixe ficar...
Encostar meu peito nú
em teu peito nú
E ficar...
Apenas abraçados
Sentindo nossos corações batendo
Sem contar os minutos
Deixe encostar minha cabeça
em seu ombro
Para você me ninar e eu sonhar...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Borboletas

Leves como o ar
Coloridas como a vida a dançar
Em meu coração tomaram seu lugar
Voam de par em par
Dançam a dança do amor
Suas vidas são breves
Mas em breve vida conseguem se transformar
Na metamorfose ganham asas para voar.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Você é delírio, é paixão
Um homem doce que açucarou meu coração.

sábado, 15 de maio de 2010

O adeus das folhas

Pelo céu rodopiam com o vento feito bailarinas
Sapecas meninas
Vão voando...voando e desaparecem no horizonte
Deixam em meus olhos lágrimas
e em meus lábios o quase proferir de uma consoante...

Mulher estrangeira

Não sei ser mulher moderna, forte e decidida
Não sei andar de salto alto e ser independente
A dúvida vive em minha mente
Sou frágil, carente
As vezes não me deixo ser por timidez
Não sei o que é ser mulher
Apenas gosto de me sentir viva,
sentir a carne e o osso
Poderia morar em um corpo masculino
e ainda seria eu lá dentro
Não sou fêmea nem macho na cabeça
E acho lindo meu corpo ser feito feminino
Ele pode dar a luz a uma menina ou menino
É a necessidade da vida
Não pode ser ferida
O corpo é só o casulo da borboleta que quer voar
Mas acho que o mundo não quer me ver dançar
Ele só espera sua vitória ou derrota a mim prometida
Ou ser uma dona de casa sem sonhos
Ou ser um edifício duro, mulher de negócios
e nas mãos mais de um celular.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Temos que amar a próxima enquanto o próximo não estiver por perto.

J.M.

sábado, 8 de maio de 2010

Jardim de Dona Leonor

Nos fundos da casa um pequenino jardim se esconde
Vasos enfileirados aos pés do muro
Folhas verdinhas pequeninas
muitas folhinhas...
Em meio a elas florescem beijinhos cor-de-rosa
No centro uma árvorezinha baixa de acerola
Plantas que do vaso se precipitam em cachoeira
na estreita varanda
Tão pequeno e escondido jardim
da casa de Dona Leonor
Encanta meus olhos e enche de alegria meu coração
Singelo, gracioso, amoroso
Recanto de singular paz
Onde o beija-flor sem medo paira.

terça-feira, 27 de abril de 2010

É eterno porque é finito.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

As folhas do outono

Nesses dias de sol e vento
As folhas voam baixo pelas ruas da cidade
Brincam com nosso caminhar nos seguindo pelas esquinas
Enfeitam o chão se derramando, fazendo um tapete brincalhão
Despertam os olhos curiosos e pousam nas mãozinhas infantis
Rolam pelo chão entoando doce canção
Melodia que encanta o coração
Voam junto com os balões nas praças
Brincando de pega-pega com as crianças
O vento faz vestidos de doces menininhas inflarem
Entram feito aviãozinhos nas casas onde janelas estão abertas
Pousam em chapéus distraídos
Para onde será que elas vão?
Conforme o vento convida elas dançam...
Talvez possam voar tão alto sobre colinas verdinhas
Dando adeus a minha cidade para sempre...
Talvez...voltem...

Ajuda de Maria Leocádia

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Menina chuva

O som da chuva serena constante
Como alguém chorando baixinho
Embala meus sonhos mais doces
Os pingos vão devagar diminuindo
O céu vai enxugando suas lágrimas
Que molharam as plantas do quintal
Como quase tudo o pranto do céu também chega ao final

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O jardim

Nesse jardim meu corpo enfraquece
meu coração pulsa como louco
Nesse jardim preciso de muito pouco
não lembro de mim
Me envolvo com o perfume das flores em solidão
O silêncio é longo...
O tempo se faz poeira diante de meus olhos
Nesse jardim que é você, sou uma sementinha
que caiu do biquinho de um passarinho em sua terra
Por favor, me plante e me molhe
para que possa germinar e florescer em você.

sábado, 10 de abril de 2010

Sunshine on my shoulders

O brilho do sol em meus ombros me faz feliz
O brilho do sol em meus olhos pode me faz chorar
O brilho do sol na água parece tão adorável
O brilho do sol quase sempre me faz sentir bem

John Denver

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Talvez um casal urbano


Ele é do tipo menino preguiçoso que vive trancado dentro de seu quarto. O quarto é seu mundo: cama desarrumada com lençóis e cobertores emaranhados, posters de bandas de rock meio rasgados e antigos na parede, o cesto de roupas lotado, roupas espalhadas pelo chão, na mesinha ao lado da cama os restos de pizza da noite anterior e aquela lâmpada fraca pedindo para ser trocada.
Esse moço passa o dia em seu computador e comendo todo o tipo de guloseimas e gorduras possíveis.

Ao entrar em seu quarto é comum escutar o som do video game ligado que ele está prestes a zerar e ver pacotes de salgadinhos e garrafas de refrigerantes espalhados por todos os cantos.

Esse seu jeito fascina o coração de uma menina. Existe uma menina que fica feliz em ver seus olhos pregados no monitor tentanto passar de fase num jogo. Existe uma menina que sonha em se lambuzar de pizza, catchup e coca-cola ao lado dele, que quer tentar jogar com ele video game mesmo sabendo que vai perder, que quer deitar em sua cama desarrumada e sonhar, que quer assistir um filme nos braços dele, que quer brincar com os animais dele, quer andar pelas ruas com ele e parar para ler um gibi da última edição do Batman na banca do seu Antônio, quer dar uma volta com ele no shopping e se entupir de comida fast-food, andar de ônibus abraçadinhos, vendo as luzes da metrópole no caminho até a universidade e simplesmente amar esse cara grandão que a protege em seu coração.

sábado, 3 de abril de 2010

Garotos

Jovens garotos são como a espuma das ondas na praia: Leves, suaves que devagar se desmancham na areia brincando. São doces, livres e plenos de inocência...

terça-feira, 30 de março de 2010

" Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. Posso dar apenas boas razões para que gostem de mim, e ter a paciência para que a vida faça o resto"...

William Shakespeare

sexta-feira, 26 de março de 2010

Eu moço

Se fosse um rapaz nascido nos anos cinquenta
Vestiria uma regata branca bem fininha de algodão
Na cabeça uma boina quentinha cinza, quando frio
Nas pernas, calças de linho marrom
Nos pés sapatos de couro surrado
Trabalharia suado
Sorriria ao andar pela rua deserta
Com as folhas voando me seguindo...
Seria delgado, malhado
Louro de olhos verdes e pele pálida
Iria só de calção à beira-mar
Deixaria o sol minha pele beijar longamente
avistaria a cauda da sereia faceira
Chegaria em casa e daria um beijo
em minha mulher e meu filho
Ficaria horas trabalhando com madeira
E no bar da esquina me apaixonaria pela mulata
seria infiel sob efeito da cachaça...
Se eu fosse ele, ele seria o que sou

quarta-feira, 24 de março de 2010

Barry Gibb




A questão é delicada. O abismo está sempre sob os pés. Manter-se vivo e ver-se no outro. Ficar atento para não andar na contra-mão. A escada só sobe.

segunda-feira, 22 de março de 2010

No jardim

Em um casarão antigo, nos fundos existia um jardim cercado de paredes e janelas cobertas de plantas e musgo.
Na entrada flores coloridas que caíam dos galhos feito chorões, mas com corpo de samambaia. Cachos de flores vermelhas, laranjas e brancas.
Neste jardim estive com meu amor. Ele usava roupas brancas e em seus braços me aqueceu. Juntos apreciamos as flores e suas cores.
Me despedi deste sonho com a lembrança do beijinho que ele me deu na bochecha.

sábado, 20 de março de 2010

Tenho um amigo que me ensinou a me aprender.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Nos braços do vento

Andar pela rua em uma tarde de ventania
Sentir o vento arrebatar meu corpo em um lampejo
E ser levada para longe daqui...
Os pés não sentem mais o chão
E a brisa forte sopra dentro do coração
Os batimentos galopam pelas colinas...
Os braços para cima
E por entre os dedos o vento forte passa...
O vestido se ergue e infla
Sou um balão e posso voar...
Vento, amante de surpresas
Quando menos espero ele me acaricia
e violento me arrasta ao seu coração.

terça-feira, 16 de março de 2010

Os sentidos podem sentir, mas o essencial tanto pode ser sentido como foge aos sentidos. É preciso estar atento. O essencial não nos pertence como nos pertence e a natureza da existência. É preciso descobrir.

Acontece tudo

É tão simples
Sentir a alegria chegando
O mundo se colorindo
Sua pele brilhando
Seus olhos me chamando
O prazer voltando
As crianças correndo
O dia nascendo
As árvores balançando com o vento
no final da tarde
O beijo no banco da praça
O vestido voando no varal
e o da moça que caminha pela rua
A música que move a vida
Faz voltar meu sonho de menina.

domingo, 14 de março de 2010

Corpo que toco

Toco a lateral do seu abdomen. Sinto a gordura e pele que se dobram. Com o polegar e o indicador pressiono devagar. Lindo sentir o tempo do corpo na pele mole que te pertence.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Para uma amiga

Você descobrirá que é uma flor
Não deixe a lama do pântano pesar em suas pétalas delicadas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Prazer em fazer

Quando a gente ama é como chupar um sorvete de pistache. Vira tudo brincadeira: o corpo nos satisfaz do jeito que a gente faz. Qualquer jeito serve se for gozar. Esqueça tudo e aprenda só com você. Invente seu jeito de dar e receber prazer.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tenho muitas paixões. Algumas são por pessoas onde os sentidos não fazem distinção entre os sexos, mas se encantam pelo brilho do espírito.

segunda-feira, 1 de março de 2010

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Homens e mulheres não existem. O que existem são almas humanas.

Lúcio M. F.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Doces Mistérios

O vento sopra em silêncio segredos para alma e balança as folhas da arvorezinha. No interior dela corre a seiva viva. Os frutos avermelhados, doces e amargos carregam em si nova vida: a semente que ainda não se expandiu. Um desses frutos adoça minha boca fazendo dançar minha seiva secreta...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Estou corcunda

Como um tecido gasto me rasgo.
Sinto-me rasgando devagar e soltando o pó das fibras podres.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Brancura

Vestido branco de delicados bordados brancos
em pele branca repousa
Nos pés, sapatos brancos de pequeno salto
Nas orelhas brincos de pérola branca...
Cabelos em trança...
Lábios apenas umidecidos pela saliva
Todo o branco caminha pelas ruas e se esconde...
Seu ninho está próximo...
Quando os raios do sol aparecem
o branco procura a luz para se aquecer...
O som dos saltinhos no chão dançando
e o coração se alegrando...
A tarde chega e o branco do vestido se torna amarelado
O dia morreu e o branco envelheceu...
Vai dormir para esperar a próxima manhã
e se tornar radiante, nascer com o dia brilhante.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Toalha de mesa

Lá está ela: a toalha sobre a mesa
Guarda em suas fibras tantas histórias...
Tantos encontros...
Tantas distrações...
Em cada pingo de café
Em cada migalha de pão
Em cada farelo de bolo
Em cada mancha seca de sopa...
Testemunha da mão que enfraqueceu
e deixou cair sobre ela o leite da manhã
por causa do beijo inesperado do amante apaixonado
O açucar e a canela dos bolinhos de chuva
O sangue que pingou das mãos que trabalhavam...
Serena e em silêncio recebe as migalhas,
Mas em um minuto de sua vida
pode ver o sol e sentir o vento
pelas mãos que a seguram e a balançam firme...
Se renova com os minutos em que seu corpo voa no ar
Para de novo receber as migalhas do lar

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Doces melodias

Amor, numa caixinha de música
já perdendo a força na corda
com as notas da música distantes umas das outras
Da janela vejo a chuva, também terminando
em pingos mais lentos
as gotas d'água sentadas nas folhas e o céu cinzento
A chuva e a música devagar passam...
E o silêncio me toma
Minha respiração
embaça o vidro da janela
Minha cama tem a sombra
das gotas de chuva pousadas no vidro da janela
pela pouca luz do sol de fim de tarde que entra...
O sono me abraça e entre sombras de pingos d'água repouso...
14/1/2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

A voz das paredes

Entro em um salão amplo. No silêncio posso escutar as paredes com voz grave e baixa me embalando para dentro de minha alma. Cores suaves e vozes amáveis possuem as paredes. Conversar com elas é doce...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Seu Esulpério

Nunca escutei sua voz
Nunca senti seu abraço
Nunca toquei em suas mãos
Nunca senti seu cheiro
Nunca vi seu sorriso de perto
Nunca escutei a risada sua
Mas o que me conforta
é saber que aquela meia de linha
aqueceu sua perna e seu pé no frio
Que de alguma maneira pude estar com você
No calor daquela meia
Existia um cego amor
Agora que você se encantou
Está em uma estradinha talvez...
Numa cerca de madeira
Cheia de primaveras
Onde irá desabrochar
a próxima pequena flor em que você renascerá
E quando exalar seu perfume
Será mais que isso
Será o cheiro do seu amor
Sua alma a bailar pelo ar

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tania

11/11/2009
A alegria simples e infantil
No seu olhar sorridente
Amiga
Cheia de alegria da vida
Amante da boêmia
Alma faminta
Grande mulher
Que esconde a dor
E mostra apenas o seu amor
Coração em flor...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Silêncio

Não há mais nada a ser dito...desligar o liquidificador da alma...olhar as flores caladas, amantes e amá-las perdidamente como em sono de bebê...

Carnaval


sábado, 9 de janeiro de 2010

Papel azul

Papel azul
Laminado ou de celofane
Brilha bonito no fundo negro do palco
Reflete a luz na saia da moça dançante
Papel que embrulha minha bala
Que envolve meu bombom
Que desmancha meu coração
Seu som de chuva quando te amasso
Me lembra um velho pedaço de infância
Meus olhos se encantam com seu humilde esplendor
Papel azul, tu és meu amor

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010