quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Um de meus demônios"

Tenho encravado em mim a moral que me foi ensinada. Estou talvez escrevendo uma confissão, mas sei que a culpa por assim proceder por tantos anos é devido a educação, opressão e agora o medo que me atinge. Por esse motivo vivo fugindo até de meus desejos, me reafirmando. Não tenho culpa pelo que recebi no passado, mas tenho o dever de fazer algo com o que fizeram a minha criança se tornar. O dever de ser feliz.
Por vezes, meu amor se torna a fuga mais doce de minha realidade. Olhares de todos os lados, dos amantes da moral a qual tabém me submeto. Hoje ao terminar de ler o livro Casa de Bonecas de Henrik Ibsen e de uma conversa com um querido amigo, me senti Nora a personagem que vivia iludida como em uma linda casa de bonecas, mas também cheia de teias de aranha. Ela teve a coragem de morrer para o velho e caminhar para o novo abandonando sua "Casa de Bonecas".
A atmosfera que me envolve e envolve a todos nós é de moralidades, mas a vida, o néctar para quebrar essas correntes fundamentadas em meu inconsciente estão em mim mesma.
Vivo ainda trancada em alguma casa de bonecas por aí dentro de mim...

Um comentário:

no name disse...

Aqui é demonstração da fuga do público. Um acordar para si mesma, meio madonna. Sem ilusões e quebrando regras. Adeus público: Este pequeno escrito-confissão é para quem entende, quem habita nas palavras, nos sentidos, na vida. Quem não tiver o espírito da letra aqui escrita, não entende. Por isso nossa linguagem é secreta. Você vê, lê mas não compreende. Por que? Porque é preciso estar vivo. Viva as rupturas com a moral imoral que nos condena e aprisiona. Os fracos que se fodam...os covarde que se fodam...eles escolhem a fraqueza como alimento e a covardia como arma para se esconderem em mentiras e na falsa vida. Foi um fluxo minha querida espirituosa.