OCEANUS: Hildegard Rosenthal

domingo, 19 de dezembro de 2010

Hildegard Rosenthal - Fotógrafa

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O fardo desnecessário

Não se preocupe tanto. Eu sei a insegurança é grande e o medo de se perder é maior, mas se jogar e se perder é a única maneira de se esbarrar em você mesmo. Surpresa! Alí estava nós o tempo todo e você dirá: Puxa quanto tempo demorei para me encontrar! Até quando devo ter contado no pique-esconde daquela tarde?
Pois é os adultos só inventam jogos mais complicados e chatos de jogar. Tadinhos ficam muitas vezes a vida toda sem achar a saída do labirinto, enquanto as crianças vão se aventurando e acham o fim para logo entrar em outra aventura.
O desconhecido é o objetivo.

Mulher boa e mulher má

Estou cansada, esgotada de me reprimir. Mesmo que depois não tenha onde reclinar a cabeça, estou disposta a ser uma fera.
Desde criança meu ímpeto é ser livre, mas mais que isso quero algo que não tem nome, que está sob meus pés e acima de minha cabeça.
Não me sinto homem nem mulher, sou qualquer coisa entre os dois.
Existem dois tipos gerais de fêmeas da minha espécie que os homens assim distinguem: as putas e as santas. E nós mulheres ficamos a vida toda tentando agradar uma ou outra massa de homens que gostam de um desses dois tipos gerais de mulher.
Tantos conceitos envolvendo a imagem feminina na sociedade que me sinto como em um labirinto para ratos de laboratório. eles dizem: vai por aqui: agora por alí! Colocam um queijinho na direção que querem nos ver andar e seguimos embriagadas para o inferno. Tem receita para o tipo de mulher que vou ser em todos os costumes e lugares.
A vida deste ponto de vista não tem nenhum orgasmo, nenhum prazer que me atraia. Acho que o mundo tem é medo de ver como cada um é de verdade, pois seríamos todos deuses de nós mesmos.
O amor primeiro cresce no peito pela moral e ideais e depois pelas pessoas. Não nasci para satisfazer fantasias ou ideais de homem algum. Um homem que me ame depois de seus preceitos é um covarde e nunca vai conseguir me amar.
Não quero ser mulher nem homem, sou um pássaro. Quem me quiser, crie asas e tente me alcançar.

Sob o céu de Paris (música - Edith Piaf)

Se evola uma canção
Hum Hum
Ela hoje nasceu
No coração de um rapaz
Sob o céu de Paris
Caminham os apaixonados
Hum Hum
A felicidade se constrói
Sob um céu feito para eles

Sob a ponte de Bercy
Um filósofo sentado,
Dois músicos, alguns curiosos,
e também milhares de pessoas
Sob o céu de Paris
Vão cantar até de noite
O hino de um povo apaixonado
Por sua velha cidade

Perto da Notre Dame
Por vezes se trama um drama
Sim, mas, em Paname
Tudo se arranja
Alguns raios
Do sol de verão,
O acordéon
De um marinheiro
A esperança floresce
No céu de Paris

Sob o céu de Paris
Corre um alegre rio
Ele adormece à noite
os mendigos e os esfarrapados
Sob o céu de Paris
Os pássaros do Bom Deus
Hum Hum
Vêm do mundo inteiro
Para conversar entre eles

E o céu de Paris
Tem seu próprio segredo
Há vinte séculos ele está apaixonado
Por nossa Ilha Saint Louis
E quando ela lhe sorri
Ele veste sua roupa azul
Hum Hum
Quando chove em Paris
É porque ele fica infeliz
Quando fica ciumento demais
Dos milhões de amantes dela
Hum Hum
Ele faz sobre nós ribombar
Seu trovão retumbante
Mas, o céu de Paris
Não fica por muito tempo cruel
Hum Hum
Para se fazer perdoar
Ele oferece um arco-íris.